O tsunami depois da pandemia2venture -

Os principais economistas internacionais instam os governos dos países afetados pela catástrofe COVID-19, a não poupar na “artilharia pesada” para combater as consequências económicas causadas por esta “inesperada” pandemia.

Enquanto a lista de países em lockdown vai aumentando, a generalidade dos analistas concorda que ainda é muito cedo para dizer qual o impacto económico pós-mitigação… Mas todos concordam que será colossal!

Tenhamos em consideração que as medidas necessárias para conter o demoníaco vírus – a saber: quarentena, distanciamento social, encerramento de escolas, universidades e creches, paralisações de empresas não essenciais e o desafio massivo e simultâneo da súbita adaptação para trabalho remoto – vão ter um impacto tanto no espectro competitivo, exposição a mercados internacionais, stress da sua supply chain, bem como na própria estrutura de custos e produtividade de vários negócios e organizações.

 

Se observarmos o gráfico acima, conseguimos perceber que não enfrentamos uma crise, mas duas. Uma óbvia e a primordial é a de Saúde Pública que deve ser a prioridade de todos os decisores públicos e privados, de forma a salvaguardar o máximo número de vidas! Mas há uma segunda, a crise económica que resultará do súbito abrandamento e bloqueio económico com evidentes impactos a nível da estrutura de custos, taxa de emprego, confiança dos agentes económicos e até ao nível do crédito…

Tal como todos estão sensibilizados para achatar a curva da pandemia, também devemos estar conscientes do caráter imperativo em achatar a curva da crise económica que se avizinha e que será inevitável! Não dispondo de dados para Portugal, podemos inferir que será igual ou, quiçá, pior. Não é por acaso que diversas empresas de variável dimensão têm vindo a tomar posições públicas sobre a urgência de medidas e resoluções comuns sobre esta temática.

Aos Governos cabe agir rapidamente para reduzir as falências em massa de empresas, setores com um impacto que se adivinha tremendo e de longo prazo nas famílias. Observe-se, por exemplo, o gráfico da JP Morgan and Chase Institute sobre a liquidez setorial nos Estados Unidos face a um contexto de lockdown:

Este vai ser um exercício tremendo de equilibrismo e de gestão de crise, pois há que atacar com prioridade a resolução da crise de saúde pública, mas não esquecendo o tsunami económico que se seguirá,  garantindo que os agentes económicos mantêm liquidez, mesmo que não estejam a trabalhar ou a operar normalmente, ao mesmo tempo que são reforçados os investimentos públicos em saúde para acautelar expectáveis novas vagas de contágio da doença.

Por sua vez, os gestores e as empresas não podem ficar quietos e remetidos ao papel de vítimas, aguardando a intervenção messiânica do Estado que, geralmente, peca por tardia e curta…

Cada organização terá de, rapidamente, procurar rever o seu modelo de negócio, a sua forma de trabalhar, a sua estrutura de custos e apelar à criatividade das suas equipas, ou rodeando-se de ajuda externa, para desenvolver um plano pragmático de resposta a esta emergência.

O tempo urge e todos teremos de começar a construir o Amanhã, ainda hoje!